141° livro do autor das séries "OLYMPUS" (em 15 volumes com 300 poemas em cada um) e "EROTIQUE" (em 13 volumes, com 50 poemas liricamente sensuais em cada um).
Alguns trechos:
"Vago pela noite sem estrelas, / Náufrago distante do mar, / Olho para as luzes da cidade, sem vê-las, / Um espectro perdido na escuridão, a sonhar..."
"Enquanto isto, sempre que nos encontramos, / Faço de conta que não noto seus olhares, / Cada vez ainda mais explosivos, / Pois as mesmas rodas de amigos frequentamos, / E sempre me convida a atracar em seus mares, / E depois, não passar de um verbete em seus arquivos!"
"Mas de repente, durante uma festa num sábado, / Todas as minhas muralhas ruíram, / As paredes ao meu redor desabaram, / Num instante, quando eu conheci você, / E no seu olhar insinuante, / Claramente aberto a novos rumos, / Subitamente descobri / Que queria me aventurar / Além das muralhas virtuais que construíra, / Pois olhares daquele jeito são irrecusáveis, / Ainda mais em alguém tão perfeita, / Que veste o meu número!"
"E quando despertarmos de nossos delírios, / Vou decorar de você cada milímetro, / E memorizar seus verdadeiros colírios, / Explorando com a boca cada centímetro, / Até que você afinal se renda, / E implore para que eu pare, / E você será minha mais delicada prenda, / Mesmo depois que a manhã nos separe..."
"Quanto partiste, fiz a mim mesmo uma promessa, / Mas até hoje ela jamais foi cumprida, / Por que me meto a fazer juras como essa, / De tentar te esquecer, até o fim desta vida? / Esmurro facas afiadas na mente, / E de cicatrizes minha alma está repleta, / Será por isto que ando meio doente, / Meu corpo se rebelou, e acabei virando poeta?"
"Sua mensagem subliminar não mais capto, / De tanto levar foras, tenho desvio de septo, / E por causa disso, cheiro óleo de eucalipto. / Como você não me quis, pela solidão eu opto, / E saí então da sua vida, de modo abrupto!"
"O amor que sinto por você / É em nível molecular, / E está espalhado / Pelas células de meu corpo, / Que pulsam por você, / Fervem por você, / Enquanto eu viver..."
"Muitas de minhas memórias / Não passam de borrões, / E talvez assim seja melhor, / Para não me lembrar de antigas histórias / E de mal sepultadas paixões, / Que deixaram os rastros de nosso suor / Em macios lençóis de cetim, / Em tantas noites enluaradas,"
"Meus neurônios fogem em massa / Para o cemitério onde se escondem / E a tentativa de retê-los fracassa, / Pois, depois de fugir, não me respondem!"
"Navego pelo oceano sem rumo, / Ao sabor das tempestades, / Há muito tempo perdi o prumo, / Cultivando saudades... / Estou perdido no mar sem ela, / Como se estivesse numa canoa furada, / Meu barco já perdeu a vela, / E a bússola está quebrada...
"Nossa triste história de amor / Chegou a um inesperado final / Sem vencidos nem vencedores, / Com um epílogo assustador, / Apenas outra história igual / Aos livros que falam de grandes amores, / Que à passagem do tempo não resistem, /E afinal se rendem à verdade inexorável / De que o tempo é verdugo das paixões," "Quase nunca penso em você, / E, afinal, por que deveria? / Já não existe um porquê, / Desvaneceu-se aquela magia, / Que me levava a sonhos estranhos, / Nos quais éramos um par, / E você hipnotizava meus olhos castanhos, / Nos quais você vivia a bailar... / E, nesse mundo onde agora vivemos, / Já nem mais nos falamos, / E nenhum sentimento nos resta, / Nem me lembro quando no mesmo lugar estivemos, / Completos estranhos viramos, / A orquestra foi embora, e acabou nossa festa..."