About the Book
ApresentaçãoPrefácio à 1a Edição, 2016)Ultimamente, particularmente no Brasil, saíram inúmeros livros definidos como "Romance Rock", o mais recente é o do amigo Dr. Walter Possibom, intitulado "Um Brilho nas Sombras". Mas não tenho conhecimento de nenhum "Romance Metal". Ao menos não tinha até receber os originais de um texto escrito por Dimitri Brandi, advogado e vocalista/guitarrista da banda de Death Metal Psychotic Eyes, com a proposta de edição pela "Editor'A Barata Artesanal". A começar pelo titulo, homônimo de uma música da banda que pode ser considerada uma das precursoras do gênero, o AC/DC, o livro é ponteado por trechos, citações e referências. Nele, todos ou quase todos os personagens apreciam o estilo, que efetivamente é mais que trilha sonora, ponto de convergência da história.Como estilo que abrange todas as mentalidades, desde as mais "retrogradas" até as mais "progressistas", além de aninhar todas as tendências tanto na questão política, quanto na sexual, o Metal representa exatamente tudo aquilo que seus seguidores concebem: a falta de uma linha de conduta, um manual de instruções. O Metal é livre disso, ao menos para os que o compreendem. As classificações e subclassificações, como o próprio termo, ficam para serem usadas apenas com intuito didático. E é assim nesse que denominei de "O Primeiro Romance Metal do Brasil", onde todos os personagens, além da citada ligação com o gênero, representam pessoas relativamente jovens, que vivem num mundo assolado por guerras e polarizado por ideologias e teologias. Um mundo onde é preciso se fazer ser visto e entendido de uma forma, as vezes, mais brutal.Todos os personagens apresentados, aliás de forma dinâmica e sem longos discursos de apresentação, são representantes da atual sociedade. Gays, lésbicas, filhos adotivos de duas mães, transexuais, etc.. Todos lutando contra o preconceito, especialmente no mais cruel campo de batalha que existe: a própria mente. Todos estão vivendo essa era conturbada, tensa e intensa de ainda inicio do Século XXI. Todos vivem seus traumas, suas angustias e, a seu jeito, os enfrentam.Todos vivem? Bem, nem todos "vivem", pois o personagem principal da história, morre logo ao inicio do livro, mas continua a fazer sua narrativa, numa referência direta a um dos maiores escritores brasileiros, Machado de Assis. Aliás, o livro é repleto de referências a outros autores, sem no entanto soar pedante ou arrogante.Ademais, quem espera que um texto, escrito por um advogado e músico de Metal, cujo personagem principal é um morto, e entremeado por citações e trechos de músicas do estilo, e cujos demais personagens não são nada ortodoxos, seja uma leitura pesada, de difícil assimilação e com enigmas indecifráveis, está totalmente enganado. O livro é de leitura fácil, embora não linear, onde todos os elementos de um romance estão presentes, mas, como espelho da atual sociedade, dispensam detalhes que nada acrescentam.Ser um editor alternativo tem suas vantagens, como a de conseguir ler, antes mesmo do prelo, um trabalho tão interessante. E quando as máquinas pararem, e os primeiros acordes impressos desse livro vierem a publico, estou certo que a maioria irá concordar comigo.Luiz Carlos Cichetto, Escritor e Editor Artesanal, Domingo, 18 de Setembro de 2016