Pertencente a uma família puritana que no início do século XVII, por causa da perseguição religiosa, foge da Inglaterra para o Novo Mundo, Lisa Gagliardi se envolve com a alquimia e acaba sendo expulsa de casa sob acusação de bruxaria. Seu objetivo: provar que dentro do movimento existem inúmeros cristãos verdadeiros. Romance histórico repleto de aventuras épicas e enigmas que instigam o leitor a mergulhar no texto. Temas abordados: Simbologia, alquimia, astronomia, religião e filosofia.

PRÓLOGO

Em algum lugar do tempo e no espaço.

Uma forte vibração toma conta de mim! Uma energia me atrai para esta enigmática escada, como que se tivesse me puxando. Eu preciso entrar na árvore!

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De formato retangular, muito bem ornamentada e em estilo gótico, o portal contem quinze figuras iguais cravadas em alto relevo. Distribuídas uniformemente, sete de cada lado e uma no centro superior entre os batentes mostra a figura de um sol egípcio. A porta, com ornamentação dividida em três partes, da mesma forma, contém figuras em alto relevo. A superior apresentando três animais: javali, bode e urso; a parte central, a cabeça de um leão com uma argola móvel no focinho; e a parte inferior um dragão, uma serpente e uma raposa.
Acima do portal uma placa, fundida no mesmo metal com dois símbolos vazados e um sinal igualmente vazado entre eles:

O primeiro, o cobre e o segundo o zinco. Como existe um sinal de adição entre os dois eu imagino que a placa faz referência à liga metálica. Cobre e zinco geram latão.

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Um mecanismo complexo, localizado no fundo e na parte superior da parede, movido por correias e engrenagens de diversos tamanhos e ligadas a vários eixos, tem na extremidade esquerda uma ampulheta, e na direita, junto ao piso um enorme caixote de madeira todo fechado. Alguma criatura dentro, arranha os tapumes, tentando se libertar.
Pouco à frente uma minúscula escrivaninha, sobre a qual um enorme livro. Ao lado da escrivaninha um grande baú envolto em correntes e selado com um cadeado.
Eu me aproximo em direção ao livro. Novamente sem a minha intervenção, ele se abre ao meio. Em cada lateral uma mão fundida em latão o trava, impedindo que as suas folhas se movam. Eu leio, primeiro com os olhos e nada acontece, penso alguns minutos, depois em voz alta recito o que em grandes letras e em versos está escrito:

"Quando o tempo virar,
e a tempestade de areia cessar,
terás de em alta voz
revelar qual pecado atroz
é casado com um animal feroz,
que atacou o príncipe galês,
que caiu do cavalo uma vez.
E que no portal da cidade se rendeu
e uma cruz ali mesmo se ergueu.
Se a este segredo descobrir,
uma porta haverá de se abrir
e uma arma que estava escondida
poderá enfim salvar sua vida".

Assim que eu termino a leitura, o estranho mecanismo começa a se mover!
E o batimento do meu coração se acelera!