About the Book
Parece paradoxal que nosso encontro conosco seja um evento raro, em toda humanidade, sendo presenciado por poucos, como Jesus, Buda, Lao Tse, Maomé, Zaratustra e alguns outros iluminados. O significado é que, talvez, desconheçamos a presença que somos.O passado e o futuro não existem. Um deles já acabou e o outro não começou. O agora é quem somos. Não obstante, temos deixado nossos pensamentos nos conduzirem para tempos irreais. Temos vivido como disse o personagem chapeleiro maluco, do livro Alice No País das Maravilhas: "geleia ontem e geleia amanhã, nunca geleia hoje".Não somos as constantes vozes em nossas cabeças a narrarem acontecimentos passados, compungidas de remorsos, ou a se angustiarem com o futuro. O presente é quando a vida pulsa, sendo também Deus, ambos sendo o mesmo. Portanto, não há possibilidade de não ser bom, não havendo necessidade de fugirmos dele. Contudo, não sabemos, mas fazemos qualquer coisa para não o presenciarmos. O que acontece é conteúdo, enquanto o agora é todo o vazio acolhedor, dentro do qual tudo está acontecendo.O agora é multidimensional.No agora, tudo está presente, havendo o encontro entre cargas positivas e negativas, as quais se anulam entre si, zerando tudo e permanecendo vazio, com infinitas possibilidades para o novo.Meditação significa acesso ao agora. Ele é a inocência não julgadora que permite que tudo aconteça.Ao permitir que tudo aconteça, ao mesmo tempo, ele abarca o encontro entre negativos e positivos, zerando tudo e permanecendo, imaculadamente, vazio.Quem somos, se só existe a inocência não julgadora que é Deus ou agora?Somos pontos de acesso à inocência não julgadora que é o agora e que também é Deus.Livre arbítrio significa possibilidade de escolha de nossos acessos ao ego, repleto de julgamentos. Mas nossas melhores escolhas apontam para o acesso ao não julgamento ou inocência não julgadora ou agora, vazio e acolhedor de oportunidades infinitas.O agora é Deus, sendo mais abrangente do que todos os universos paralelos interconectados.Lembranças de episódios infelizes do passado, atitudes das quais nos arrependemos, nada é real. A libertadora verdade é que só o nada é. Falo daquele vazio que percebemos na profundidade abissal de nós mesmos. Quando chegarmos ao núcleo de quem somos, ficaremos expandidos, tornando-nos permeáveis à audição dos sons, vindos de todas as direções. A vivacidade de nossos sentidos, às vezes, pode nos levar a atribuir como incômodos os ruídos do trânsito e da vizinhança, em decorrência da expansão interior, a qual nos levará para a proximidade de sons distantes. Ao nos desagarrarmos de nosso ego, não cairemos no abismo de nós mesmos, ao contrário, flutuaremos, através da imensidão sideral do ser. É bom nos lembrarmos de que todos os tipos de pensamentos sejam ladrões de nossa própria vida, ou do agora, ou da presença de Deus em nós, pois os três significam a mesma e única verdade.O ato de pensar é parte de nós, embora seja necessário o nosso estado alerta, para observarmos nossos pensamentos, para não nos deixarmos chegar ao ponto de termos roubada a nossa própria vida ou presença no agora, a qual também é Deus.Nosso estar terrestre ganhará leveza, quando tivermos consciência de nossa condição de passageiros atemporais. Fugimos de um encontro conosco, pelo temor do tédio, principalmente, naqueles dias envoltos em calmaria. Afinal, não reconhecemos que o período vazio seja como um tipo de abertura, através da qual é possível o "olhar" para nossa identidade essencial. As aspas querem demonstrar que falamos de um estado alerta de silêncio e escuta total. O fato é que, incontáveis vezes a cada dia, repetimos a mesma rota de fuga do agora, desconhecendo a plenitude de nossa presença. Todavia, quando reconhecermos nosso entorpecimento, poderemos escolher o despertar. Há 2.000 anos, Jesus disse que desconhecemos a verdade.Nosso automatismo tem nos