O objetivo do livro Profissões do futuro: possível cenários de robotização até 2050 é apresentar e analisar traços dos possíveis impactos do futuro das profissões e do trabalho e suas implicações financeiras, sociais, culturais e profissionais, diante da emergência da revolução da Indústria 4.0, com seus avanços das tecnologias da inteligência artificial, da robótica, da internet das coisas (IoT), da computação em nuvem, da biotecnologia, da engenharia de dados, do big data, do mundo do nanômetro, da machine learning (aprendizagem da máquina), da deep learning (aprendizagem profunda), da produção enxuta, da conexão instantânea, da fusão das empresas, dentre outras.
Como hipótese de trabalho de pesquisa bibliográfica e analítica, defendemos a tese que, para as próximas décadas, notavelmente até 2050, a humanidade, com seu contingente atual de três bilhões de trabalhadores, terá trabalho e profissão para profissionais com formação técnica em nível médio e de graduação, com ênfase em tecnologias. Em outras palavras, haverá poucos postos de trabalhos e, de um lado, a maioria dos trabalhadores com pouco formação e qualificação tornar-se-ão inúteis e descartáveis e, de outro, a minoria, com muita formação, com estudos e pesquisas avançadas, com décadas de experiência profissional, mestres e doutores, com qualificação para salários mais elevados, também serão desconsiderados.
Nossa hipótese de trabalho e a fundamentação estão ancoradas em três estudos. O primeiro, do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (FACE), da Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Brasil, de 2018, mostra que cerca de 30 milhões de empregos formais no Brasil poderão ser substituídos pela tecnologia da inteligência artificial (IA) nos próximos anos (ALBUQUERQUE et. al., 2019).
O segundo se baseia nos dados e informações do Laboratório do Futuro - LF, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2022), em que os pesquisadores desenvolveram um estudo com indicadores probabilísticos de automação do trabalho, de Frey e Osborne (2017), da Universidade de Oxford, que estudaram 706 ocupações dos Estados Unidos. A partir desses dados americanos, foram analisadas 2.500 ocupações brasileiras equivalentes, oriundas da Classificação Brasileira de Ocupações, levando em consideração as especificadas socioeconômicas diferentes dos dois países.
O terceiro estudo é do World Economic Forum (WEF), do Fórum Econômico Mundial (WEF, 2018, 2020a), por meio do Relatório de 2018, porém, devido a pandemia Covid-19, foi atualizado em 2020. Os dois Relatórios apresentam cenários do futuro dos empregos no mundo, as áreas de trabalho, as competências e as habilidades necessárias para exercê-las, em época da indústria 4.0.
O livro destina-se a oferecer algumas projeções reflexivas sobre as profissões atuais e futuras. Se você é adolescente e jovem e está à procura de caminhos para auxiliar na escolha de sua profissão e para aqueles que estão atuando no mundo do trabalho e sentem-se inseguros em relação ao seu futuro, eis algumas projeções e sinalizações, sem caráter exaustivo, do futuro das profissões.
Assim, o capítulo 1 aborda as Profissões extintas; o 2 as Projeções das profissões em fase de automação até 2030; o 3 as Profissões em fase de automação com a fusão das tecnologias da indústria 4.0; o 4 analisa o Profissional do futuro com chip neural; o 5 descreve Os impactos da automação no futuro dos empregos no Brasil; o 6 destaca as 96 profissões do futuro: cenários do Fórum Econômico Mundial; o 7, investiga o futuro da profissão professor e, o último, 8 Sobre a profissão professor de filosofia e filósofo e a possível robotização.