About the Book
(a5, 228 p.) - A obsolescência programada - baluarte da globalização e um dos principais fundamentos do mundo Neoliberal e Pós-moderno capitalista - trouxe para a sociedade planetária problemas que ela não soube e não sabe resolver. Problemas estes relacionados não somente a questões humanas, sociais e econômicas, frente ao Individualismo e à Meritocracia (valores propagados pelo capital), mas também e, sobretudo, problemas ambientais, do mundo físico, consequentes da Mercantilização de todas as coisas, materiais e imateriais; consequentes da busca antiética pelo lucro certo, pelo lucro a qualquer preço. Nesse cenário de catástrofes humanas, sociais e ambientais, eis que naturalmente surge e apresenta-se outra catástrofe: a da escola. Ou seja, numa era onde se sistematiza e impera a ética do Individualismo e da Meritocracia, colocados como sinônimos de justificativa da exclusão pelas elites conservadoras, a escola se torna ideológica na medida em que é especificamente concebida pelo Estado Mínimo Capitalista como o lugar onde os preceitos de humanização e emancipação intelectual são abortados, dinamitados e, numa outra via, sistematizado o corolário capitalista como seu conteúdo ético pedagógico.II A globalização Neoliberal, ao mesmo tempo em que trouxe a possibilidade de mostrar os diferentes e/ou às diferenças culturais planetárias, em seus diferentes povos, por outro lado, associada às políticas capitalistas de expansão de mercados consumidores, paradoxalmente potencializou o desenvolvimento do individualismo, do consumismo, do hedonismo antivirtuoso, do narcisismo, do genocídio, do xenofobismo e dos nacionalismos, levando as sociedades do capital para longe da capacidade de coexistir, tolerar e respeitar às diferenças. Redefinições no caráter da educação, no papel da escola e no que diz respeito à função social do professor, passaram a soar como um imperativo, na medida em que a condição humana desumanizada passou a ser percebida como um produto da sociedade do capital, demonstrando a impotência da escola no enfrentamento desse problema.Ou seja, a escola, hoje, nas sociedades do capital, é catastrófica porque reflete e reproduz essa sociedade perversa, corrompendo, impedindo o indivíduo que nela entra de educar-se de fato, de humanizar-se, de emancipar-se intelectualmente, isto é, de poder desenvolver-se, desenvolvendo em si uma condição humana verdadeiramente humanizada.Isto é, frise-se: A escola, hoje, não passa de um grande sofisma grego. Em outras palavras: A escola hoje, no mundo do capital, prega a missão de poder transformar gruas em cisnes, mascarando o caráter perverso do capitalismo, uma vez que, ela, na verdade, simplesmente cria estigmas, cristaliza ilusões, sistematiza e justifica a exclusão ao, através dos diplomas e dos currículos, dizer, enganosamente: 1-Quem é inteligente e quem não é; 2-Quem terá sucesso e quem não terá; 3-Quem será incluído e quem não será.Em todas as suas línguas, assim como o Estado capitalista, a escola mente. Exatamente aí está a catástrofe da escola: a Pedagogia da Mediocridade. O que se sinaliza é que, sem que a escola venha procurar conhecer a si mesma, difícil será vislumbrar novas possibilidades de transmutação.Repensar e redefinir os valores sociais, as políticas educacionais, eis os grandes imperativos da educação para a escola na era dos Estados capitalistas.