Está presente nessa edição a história dos Mamulengos Encantados. Narrativa que mescla desde a magia ao suspense, ao mistério à imaginação. Na grande parte dessa história, temos Léo Pajeú explorando a Imaginação e todas as suas facetas. Os Mamulengos Encantados são feitos de uma Árvore Encantada, um Mestre que constrói bonecos mamulengos para fazer apresentação para crianças e também ganhar algum dinheiro nas ruas da cidade Carpina na zona da mata pernambucana, sai um dia de casa para a mata, tinha de encontrar uns paus de Mulungu ou Umburana para fazer seus bonecos, mas nesse dia ele encontra uma árvore diferente, percebe que aquela árvore, ali no meio das outras o chama atenção. Primeiro o Mestre pega um pequeno pedaço de madeira da árvore para testar, com seu canivete afiado começa a projetar um minúsculo boneco no pedaço de madeira, assim que termina o Mamulengo, o mesmo em um toque de mágica ganha vida, mas é muito pequeno para continuar intenso e a árvore o absorve, como se o tivesse levado para dentro de si. O Mestre então percebe que pode fazer um boneco maior, para que esse tenha vida, na intenção de poupar a árvore, leva apenas um pedaço, é suficiente para transforma-lo em um Mamulengo. O Mestre varou a noite, e pela manhã percebeu que fez um lindo Mamulengo, era mais parecido com gente que qualquer outro boneco de tão caprichado que estava, o boneco encantado não era só um boneco comum, era mágico, a árvore dava esse encanto, mas como manter esse boneco sem que alguém o visse, qual era o poder daquela magia, isso despertou no mestre um mote, quantos não podiam querer aquela árvore, o que deveria fazer para que ela não caísse nas mãos de pessoas más. Por várias noites o Mestre pensou sobre isso, mas o tempo era curto, tinha que fazer alguma coisa antes que outro fazedor de Mamulengo a encontrasse, será que ele iria manter o segredo ou espalhar, que encontrou uma árvore mágica, aí iria atrai pessoas de todas as espécies, agora tinha que planejar algo que protegesse aquele encanto. O Mestre então esboçou um plano, iria cortar a árvore encantada, guardar um pedaço de sua raiz, a parte mais profunda, pois acreditava que se plantasse em outro lugar ela poderia vingar e nascer de novo, não tinha essa certeza, mas era o que vinha na sua mente naquele momento, então só poderia ser um contato mágico da árvore. E assim o Mestre fez, cortou e arrancou toda a árvore, com seus pedaços construiu mais cinco Mamulengos, um mais perfeito que o outro, mas seu segredo foi descoberto, aí tinha que correr contra o tempo. Chamou dois Mestres que eram seus amigos, explicou o que tinha acontecido e pediu a ajuda deles, esses Mamulengos Encantados tinham que serem entregues para cinco crianças, essas crianças seriam especiais, pois depois de um certo tempo, elas iriam ao seu encontro para que os Mamulengos voltassem para junto de si, e de seu outro boneco, sem levantar suspeitas de que eram encantados. O primeiro Mamulengo teria outra missão, carregaria o segredo da árvore encantada, então esse não seria entregue para essas crianças, seria levado para uma criança muito especial, e essa criança o guardaria por muitos anos como se fosse um boneco comum, haveria um dia especial para que esse boneco reativasse seu encantamento como os outros, como um quase humano, mas antes disso os outros Mamulengos iriam viver uma aventura sem igual, antes de seu despertar e se transformar no sexto Mamulengo Encantado. Considerações finais: As características de Léo Pajeú perpassam tanto pela melancolia como pela poesia. Temos essa história altamente encantadora, levando-nos a conhecer o auge da profundidade literária de Léo Pajeú. Suas obras, por vezes taxada como "Suspense Sombrio" pegam influência tanto do movimento romântico inicial, como se firma, quanto resposta ao movimento filosófic