Embora tão pequena por ser uma ilha, a Sicília e suficientemente grande para ser um continente
e de ter no mínimo duas almas: uma ocidental e una oriental. Estas duas almas da Sicília são antigas e afundam suas raízes na noite dos tempos, quando a ilha era habitada dos Elímios e dos Sicanos. Essa antiga "rivalidade" foi alimentada depois pelos Fenícios e Gregos, Romanos e Cartagineses, Arabes e Normandos. Até as laranjas parecem exprimir também as peculiaridades do território e as variedades de seus espíritos: na parte ocidental as laranjas crescem mais doces, são maiores, sempre boas, enquanto na parte oriental crescem vermelhas como o sangue, fortes como o fogo do vulcão Etna, que molda solos com suas cinzas e seus rugidos.
Mas a verdade é que a Sicília tem uma única grande alma, complexa e profunda, com facetas diversas.
Oriente e Ocidente na Sicília são margens do mesmo rio, lados da mesma moeda. Pra ser honesto, na Sicília também haveria uma terceira alma, uma parte quase desconhecida, além das duas principais áreas de influência. Ou seja, há também uma Sicília central, uma Sicília interna, aquela dos pequenos vilarejos antigos, que por um tempo servia aos dominadores, hoje perdidos em seu silêncio e abandonados ao seu destino. Um destino nu e cruel, lento e implacável, como muitas das cidades já ceifadas pela má sorte, afundadas devido a uma inundação do progresso alheio, despedaçada ao longo da história. Algumas já se tornaram cidades fantasmas, vilarejos abandonados, deixados por todos, praticamente ruinas e destroços, mas conservam e exercem um charme misterioso. Um fascínio que somente os turistas mais corajosos conseguem apreciar.
Uma viagem na Sicília portanto não é apenas uma viagem na história, na cultura, na gastronomia e nos sabores de uma terra rica e generosa, mas é também uma viagem profunda no interior da alma, uma viagem no espírito humano, no passado sempre presente.
Você está pronto para se descobrir e mudar profundamente?