O código educacional de Confúcio.Entre os muitos pensadores que ao longo do desenvolvimento da humanidade centraram a sua atenção na esfera educacional, deve ser dada especial atenção ao sábio, filósofo e pensador chinês Kung-Fu-Tsu (Confúcio), que no início da civilização, há mais de 2.500 anos, desenvolveu uma actividade educacional exemplar entre os seus discípulos, que vieram de diferentes contextos sociais e económicos, demonstrando assim que todas as pessoas podem aceder à educação em condições de igualdade, contra os princípios discriminatórios e classistas existentes, que negavam o acima exposto. O sucesso do seu trabalho foi tal que mais tarde foram os seus próprios discípulos que escreveram e disseminaram as suas doutrinas. Mas esta não foi de modo algum a única grande conquista do brilhante pensador chinês cujas ideias permaneceram estranhas ao mundo ocidental durante mais de dois mil anos. Foi a integralidade das suas doutrinas, nas quais entrelaçou ética e moral com educação, a fim de formar cidadãos capazes de liderar a sociedade, que acabou por consagrá-lo como uma das figuras mais relevantes da história, bem como a sua defesa a todo o custo dos valores humanos e da essência do homem como bom por natureza, numa época que se proclamava precisamente o contrário. O facto de demonstrar as suas teorias na prática, com os seus discípulos, é o que distingue Confúcio de muitos outros pensadores e teóricos da educação, também que eles próprios estavam preparados para continuar o seu trabalho e divulgar as suas ideias, que se centravam numa abordagem ampla e abrangente do universo cognitivo, no qual se destacam a ética, a moralidade, a política, entre outros. O facto de ter conseguido isso é um reflexo fiel de que soube chegar à consciência deles e formá-los com princípios elevados, tal como teria desejado os indivíduos ilustres (cavaleiros) que poderiam conduzir a sociedade humanista a que aspirava. Educar o homem integralmente para as diferentes facetas da vida é o que as ideias de Confúcio defendem, para além do facto de todos os seres humanos terem acesso à educação em igualdade de condições, independentemente da sua raça, sexo, estatuto económico ou posição social. Dar a devida independência à educação nas condições actuais, quando esta está totalmente subordinada à política e aos seus altos e baixos, por vezes caóticos e desordenados, é um objectivo ou sonho que para muitos pode parecer uma utopia irrealista, mas que, no entanto, constitui uma necessidade para o desenvolvimento da sociedade moderna, um problema que, se não for resolvido a tempo, poderá provocar males maiores, de magnitude imprevisível, que poderão mesmo pôr em perigo a própria existência da espécie humana nas condições de sobre-exploração do planeta, o nosso único local de vida no Universo.