About the Book
O sexo é o pano de fundo de "A Mulher Líquida", que conta a história de Angela Maria, nascida no mesmo dia do aniversário do Marquês de Sade, e com quem tem, a partir da perda da virgindade aos quinze anos de idade, sempre na noite de seus aniversários, sonhos eróticos onde o escritor libertino francês dialoga com ela, e lhe mostra a libertinagem como única forma de liberdade.Apaixonada pelo cantor e compositor Belchior, Angela Maria, escrito sem acento circunflexo, cujo nome é uma homenagem à cantora, tem uma vida um tanto miserável, por conta de uma família extensa e problemática, onde permeiam um pai alcoólatra e violento e uma mãe submissa.Mãe solteira duas vezes desde os dezoito anos de idade, ela busca no sexo a razão de sua existência, se relacionando com todos os tipos de pessoas, sem se importar nem procurar conhecer nenhuma delas profundamente. A aversão a livros e a qualquer tipo de conhecimento teórico é também outra marca registrada da personagem, cuja história é contada a partir dos quinze anos, até os quarenta e cinco.Cerca de setenta outros personagens desfilam ao longo de "A Mulher Líquida", alguns superficialmente, outros de forma mais intensa e constante, como seus dois maridos, um amante psicólogo bissexual e uma escritora de livros eróticos. Esses personagens formam partes de um painel de uma sociedade, que embora disponha de toda tecnologia, ainda mantém intactos valores morais e religiosos. No texto, existem várias referências literárias, cinematográficas e musicais, que resultam em situações por vezes nonsense. A maioria das personagens são na verdade citações veladas a escritores, artistas visuais e músicos, que tem a intenção de se tornar um ponto de referência a uma faixa de leitores mais exigentes, que as entenderão claramente.Um detalhe importante, é que o foco narrativo é em primeira pessoa do singular, configurado como narrador-personagem, ou seja, o da personagem principal, Angela Maria."A Mulher Líquida" é o primeiro romance concluído pelo escritor Luiz Carlos Cichetto, que sob o nome literário Barata Cichetto, lançou em edições artesanais outros 25 livros, a maior parte de poesia, e foi escrito em 36 dias, no final do ano de 2017.Sobre o LivroEste é o sétimo romance que escrevo, mas o único realmente terminado. Minha ansiedade nunca permitiu que eu fosse além de cento e poucas páginas, com exceção de um que foi praticamente terminado, mas que continua inédito por falta de coragem de fazer as revisões.Para "A Mulher Líquida" entretanto, tomei providências de forma a que eu chegasse ao final, sem nada a impedir. Eu tinha a base da história, e sabia até mesmo como terminaria, então estabeleci metas, como num projeto de uma empresa: data de inicio, data de término, e quantas páginas escrever por dia. E não permiti que nada, nem mesmo meu trabalho, ou dores na coluna me impedissem de escrever as dez páginas diárias a que me propusera.E assim foi. Comecei a escrever no dia 20 de Novembro de 2017, com previsão de término para 30 de Dezembro. E como sempre acontece quando traço essas metas, terminei antes. Conclui em 25 de Dezembro, apenas por coincidência, Dia de Natal. Trinta e seis dias de trabalho varando madrugadas e a tensão muscular que aumentou as dores. Exatas quatrocentas laudas digitadas em fonte 12, espaçamento simples, quase 150.000 palavras, resultando neste volume parrudo que agora tem nas suas mãos e diante de seus olhos.Foram litros e litros de café, um monte de maços de cigarros e uma boa quantidade de analgésicos, mas a história de Angela Maria, a mulher líquida, tomou corpo, literalmente, embalado pelas canções de Belchior, falecido este ano de 2017, a quem a personagem tem profunda admiração.