Se você gostou ou odiou "O código Da Vinci" de Dan Brown, vai gostar ou odiar "A morte do pecado e a natureza humana" de Walant Froli 100 vezes mais. Principalmente os volumes 3 e 4.
O perfil existencialista de Sean
Sean não se lembra de exatamente quantos anos tinha, na época em que, ainda muito jovem, costumava questionar-se sobre sua existência. Frequentemente suspeitava de que o mundo inteiro estivesse espreitando-o, como se todos à sua volta soubessem quem ele era e fingiam o contrário. Trinta anos antes, poderia ter escrito O show de Truman, uma história que virou filme, em que o ator Jim Carey desempenhou o papel de um cara que começou a desconfiar do seu dia a dia numa pequena cidade e finalmente descobriu que tudo nada mais era do que uma encenação, com todos ao seu redor representando, exceto ele. À medida que Sean ia se tornando mais adulto, esse estranho sentimento proporcionalmente ia também se atenuando, até porque suas rotinas e ocupações com trabalho e estudo não lhe permitiam despender tempo com essas frivolidades existenciais. Planejar um futuro melhor naquele momento era a prioridade. Como sempre, a pressa para tudo era uma constante na sua vida, pois precisava alcançar os objetivos de forma a atender às urgências dos compromissos assumidos e constantemente exigidos nos seus ambicionados projetos educacionais e profissionais. Contudo, não reclamava, em vez disso, agradecia pelo fato de nunca ter passado por situações adversas extremas até aquele momento. Num curto período de tempo, logo após se casar, a relação esposo-esposa já se apresentou desgastada. A separação veio mais cedo do que o esperado, juntamente com a decepção. Buscou paixão e amor longe de um lar que havia construído, com a finalidade de encontrar felicidade e lazer. Via grandes qualidades na esposa como dona de casa e mãe, sua imaturidade não lhe permitia entender como uma mulher podia perceber tanta virilidade no marido e não corresponder à altura. Casos amorosos fora do lar eram as melhores soluções contra desequilíbrios hormonais, evitando ainda mais decepções com seu casamento durante os períodos de elevação da testosterona, já prevendo que o lar era o último lugar para procurar satisfação. Apesar de perceber que todo aquele comportamento não era correto, a luxúria falava mais alto, deixando-o cego até que a satisfação sexual enfim se consumasse. Talvez fosse sexualmente viciado, mas sempre se esforçou para que isso não tomasse um vulto doentio. Apesar das péssimas circunstâncias que levaram seu casamento ao fracasso e do fato de que seus antigos e estranhos sentimentos existenciais pareciam estar emergindo, Sean manteve-se criterioso e controlador para não deixar transparecer o que de fato se passava em seu interior. Era naturalmente participativo no convívio social e familiar, aparentemente, como qualquer pessoa normal. Certos tipos de hipocrisia eram definitivamente condenados, especialmente aqueles que desviavam as pessoas de fazer coisas boas usando o nome de Deus. Ele achava que o correto seria que as religiões, por meio de seus ensinamentos, agissem diretamente nas atitudes dos homens em benefício de toda a humanidade, mas de forma efetiva, imediata ou em curto prazo, porque o mundo está se acabando em guerra, fome e miséria internacional, enquanto padres, papas, pastores, bispos, enfim, uma gama de líderes religiosos deleita-se em luxos e farturas nos seus templos. Com todo o devido respeito, não bastava apenas dizer-se seguidor ou pregar os ensinamentos religiosos, mas agir imediatamente, pois enquanto uma decisão para levar ajuda a necessitados, seguia um caminho burocrático, nada efetivo era feito para que os objetivos fossem atingidos e muitos infelizmente não tinham a sorte de receber essa ajuda a tempo. É assim que nossa história começa, sobre alguém que não se ilude com a entrada no Reino dos Céus, n