Prefácio do Autor: O presente trabalho se constitui na reunião de dois ensaios que tratam de temas cujo posicionamento, para qualquer um de nós, membros da Igreja Reformada, deveria parecer óbvio. Entretanto, não é isto o que temos observado nestes tempos chamados de pós-modernos, quando a vida privada e íntima de uma pessoa, sob o manto de uma pretensa inviolabilidade da dignidade do ser humano, adquiriu ares de uma autonomia absoluta, obedecendo unicamente ao princípio segundo o qual "se não faz mal a ninguém, sou livre para fazer com o meu corpo e da minha vida o que eu quiser", o que não deixa de ser um ato de rebelião contra a autoridade de Deus.Observamos que sob o engodo desta mentira disseminada, difundida como uma das maiores conquistas dos nossos tempos e que tem fundamentado toda a cosmovisão dominante no Ocidente, cosmovisão esta chamada de pós-moderna, temas cujo tratamento, há bem pouco tempo, pareciam estar consolidados dentro de uma cosmovisão cristã reformada, retrocedem, arrastando nossos jovens, e até os não tão jovens assim, a uma visão que não se coaduna com os preceitos revelados nas Sagradas Escrituras.Bem por isso, procurei, nestes dois ensaios, trazer à baila dois temas da rotina da vida da sociedade ocidental de cultura judaico-cristã a pregação do Evangelho e a dança.Abordei estes temas à luz da Palavra de Deus, inferindo acerca do posicionamento que deve ter o cristão que objetive desenvolver a sua vida em consonância com a vontade de Deus revelada na sua Palavra, mas que vive em meio à depravação moral da chamada pós-modernidade, locus no qual somente um mandamento proibitivo parece ser permitido: o que veda qualquer tentativa de se proibir alguma coisa.O princípio que norteou a construção deste trabalho foi o rigor na busca pelo conhecimento da vontade de Deus revelada nas Sagradas Escrituras de maneira absolutamente independente do que possa pensar o homem, a sociedade ou o mundo do século XXI, que do alto do seu terceiro milênio, tem feito parecer, até para muitos cristãos sinceros, que a vontade de Deus, tal como revelada nas Escrituras, mereça ajustes, atualizações ou acomodações aos novos costumes e às últimas descobertas da razão e da ciência.Fiz isso observando o que nos ensinou o Senhor Jesus sobre o nosso posicionamento diante do mundo. Um mundo que tem se apresentado como que num estágio superior de desenvolvimento moral, com seus direitos humanos, sua preservação do meio-ambiente, sua democracia, seu igualitarismo, sua liberdade sem precedentes e sua descoberta do caminho das luzes na razão e na ciência. Esta percepção equivocada de superioridade do nosso tempo em relação ao passado intensifica a necessidade de nos lembrarmos sempre e a cada instante que, como cristãos, ainda somos o sal da terra e a luz de um mundo tenebroso no qual estamos inseridos sem que, inobstante isto, pertençamos a ele.Resende, 08 de junho de 2016.O Autor