Este é o segundo livro de crônicas que escrevo sobre Lisboa. No primeiro, intitulado "Lisboa como você nunca viu - a Pensão do Amor" editado pela Ojuobá/Amazon, em 2021, abordei locais que embora sejam bem conhecidos da capital portuguesa, os quais muita gente já esteve visitando-os, descrevo-os sob a minha ótica, por isso mesmo, tive a ousadia de colocar no titulo a expressão "como você nunca viu", pois, cada qual tem uma visão diferente da outra sobre um mesmo lugar.
Neste segundo volume intitulado "Lisboa, a bota maldita, o surdo e a ladra" adicionei ao título uma bota de roqueira que minha neta usou na nossa peregrinação pela cidade, aparentemente 'maldita', pois ela deu algumas tropeçadas pelas ruas estreitas e ladeiras e a outra companheira da viagem, la señora Bião de Jesus, também tropeçou n'algumas palavras; o surdo, que na realidade sou eu, uma vez que ouço pouco e até curto com essa condição, ao passo que sou recriminado pela senhorita e senhora parceiras da viagem, em não usar o "aparelho" e não falar coisa com coisa quando interpelado por um taxista ou um garçom; e a ladra, que, na realidade é a "Feira da Ladra" - uma feira de antiguidades e outros objetos das mais antigas do mundo na Freguesia de São Vicente, a céu aberto, em rua, mas não significa que seja um local de ladrões, embora, deve-se ter cuidado com a bolsa de euros, repleta deles ou minguada.
Diria que o livro 2 é um complemento do primeiro com crônicas de outros locais levando aos leitores informações que considero relevantes sobre a capital portuguesa, o Museu do Aljube, a Casa dos Bicos e a obra de José Saramago, o Cerco de Lisboa visto pelo prêmio Nobel de Literatura, novos locais da boa mesa portuguesa, o fado, a tasca popular do Chico, o museu da Misericórdia, a catedral de São Roque, o palácio dos pães do bairro Alto, os becos e ruas estreitas do centro histórico, enfim, novos cenários, encantadores, agradáveis, prazerosos de se conhecer e apreciá-los.
Diria que amo Lisboa. Trata-se da cidade mãe de Salvador, a localidade em que moro, com características bem parecidas, duas cidades em ambas - alta e baixa - com elevadores e ascensores interligando-as, ladeiras, becos e ruas assemelhadas, povo com a mesma fala e costumes bem parecidos, hospitalidade, gentileza, o que permite que a gente se sinta em casa, sem tirar nem por.
Eu, pelo menos, me sinto assim e minha neta Lua e minha esposa Ohra que me acompanharam nesta viagem também se sentem à vontade, vão ao supermercado e a padaria como se estivessem na Barra, em Salvador, e curtem a beira do Tejo e o Mercado da Ribeira como se fossem o mar do Farol e mercado de comes e bebes do Rio Vermelho.
Creio que os leitores vão adorar o livro. A linguagem que ofereço é bem acessível, compreensível, sem erudiação, e as colocações que faço permitem acompanhar esta viagem com prazer. Tenham, portanto, uma boa leitura. (O autor)