A história primitiva da Terra abrange períodos de tempo tão vastos que os anos, os séculos e mesmo os milénios se tornam praticamente insignificantes. Em vez disso, os paleontólogos e os cientistas que estudam a geocronologia dividem o tempo em períodos e eras. A visão atual da ciência é que a Terra tem cerca de 4,6 mil milhões de anos, mas apesar de todos os avanços científicos feitos nos últimos séculos, incluindo uma melhor compreensão do passado geológico da Terra, sabe-se relativamente pouco sobre a história inicial do planeta. Num estudo moderno sobre o homem pré-histórico, a mente do século XXI pode ter dificuldades com a vasta linha temporal daquilo a que chamamos a Idade da Pedra. A maior parte das autoridades situa a ocupação pré-humana e humana do planeta entre três a quatro milhões de anos no passado. Do nosso ponto de vista, na era tecnológica atual, com o seu clima relativamente calmo, traçar a viagem dos antigos humanos até à preeminência entre as formas de vida da Terra é um esforço inquietante.

Se se prosseguir com a história do planeta físico, a investigação seguirá as forças naturais agitadas que trouxeram os pré-humanos para o palco da evolução. Dos muitos hominídeos que lutaram pela vida num estado contínuo de agitação planetária, todos, exceto um, caíram em extinção. A espécie que sobrevive hoje cruzou-se com antepassados caídos que nos emprestaram elementos do seu código genético. Tal como uma geração se ergue sobre os ombros das que vieram antes, assim tem sido com a evolução humana, se uma espécie defeituosa tiver a sorte de sobreviver ao processo.

À medida que o registo fóssil se expande, a datação dos primeiros seres humanos é conduzida num estado de fluxo constante. Assim, os nomes de períodos mais comuns para as fases da história primitiva têm de fazer o mesmo. Uma cronologia linear do desenvolvimento humano não é possível, uma vez que a relevância tribal se move para fora e para trás em todas as direcções. Cada caminho genético requer um regresso a pontos de origem separados, e os sítios arqueológicos primários têm de separar biografias genéticas díspares retiradas do mesmo solo ou sedimento.

Um número geralmente aceite para a Idade da Pedra maior, com a primeira utilização de ferramentas de pedra, começa em 3,4 milhões de anos no início do Paleolítico. Num breve período intermédio de dois mil anos após o fim da última Idade do Gelo, o período Mesolítico serve de transição para o Neolítico, que decorre entre 8700 e 2000 a.C. Estimativas mais conservadoras situam o período da Idade da Pedra em 2,5 milhões de anos, terminando por volta de 3000 a.C. Os sistemas de datação modernos destinam-se a fornecer conclusões aproximadas no âmbito de grandes épocas, e não a apontar datas exactas, e as mudanças de opinião são constantes. Agrupadas, as fases da Idade da Pedra para a Idade da Pedra tripartida são extraídas das palavras gregas Palaios (antigo) e Lithos (pedra). A proliferação de subcategorizações foi concebida como um método para estudar os primeiros seres humanos no âmbito de um conjunto mais organizado de cronologias. Antes de estes termos entrarem em uso no século XVIII, a melhor descrição disponível do homem primitivo vinha do poeta grego Hesíodo. A sua categorização da pré-história seguia um esquema que passava pela Idade do Ouro, Idade da Prata, Idade do Bronze, Idade Heróica e Idade do Ferro. Tal arranjo é, aparentemente, mais um reflexo e uma saudação à mitologia humana reunida pelos fios de culturas emergentes e passadas.