Toda e qualquer cidade por menor que seja é constituída por bairros e por aqueles que os criaram. Normalmente, os mais antigas, nascem do que se chama centro histórico e a partir dessa mancha principal vão surgindo os outros bairros com o passar dos anos. Quase todas têm essa história.
Serrinha, cidade da região Nordeste da Bahia distante 180 km de Salvador, a capital do estado, tem uma longa história que completa 300 anos de existência em 6 de setembro de 2023, data em que um pioneira em fazendas na região habitada pelos nativos tocós adquiriu, em 1723, as terras que pertenciam a viúva Isabel Guedes de Brito e se instalou num sítio chamado Serrinha, por ser cercado de pequenas serras.
Esse pioneiro chamado Bernardo da Silva, descendente de português, cria em torno de sua residência uma capela em louvor a senhora Sant'Anna um povoado que, ao longo dos anos, se transformou em vila e cidade, em 30 de junho de 1891.
A partir desse núcleo central em torno da casa de morada de Bernardo e da igreja católica vão sendo edificadas outras casas e sobrados formatando o centro histórico da cidade, com construções dos tempos da Colônia e do Império, e depois da República. Área, hoje, apenas chamada de Centro, com a maioria das antigas construções sendo destruídas e edificadas novas.
É a partir desse centro e da implantação de uma estrada de ferro, em 1880, que vão surgindo os novos bairros graças a essa linha de trem que trouxe para a vila operários de fora, a engenharia, a medicina, a construção civil mais organizada, e influenciou na cultura, no comércio, nas atividades sociais e assim por diante.
A vila, que tinha uma configuração mais rural em função da principal cultura do município - a criação de bovinos e caprinos, e a produção de cereais - passa por uma grande transformação uma vez que o trem encurtou a distância para a capital do estado e trouxe, consigo, as novidades para o comércio, a indústria nascente e os serviços.
É, portanto, a partir do trem que vão surgir os bairros Bomba, Cruzeiro e Treze; e quando da implantação de uma nova tecnologia em transporte, a estrada de rodagem no governo Getúlio Vargas, na década de 30 do século passado, introduz-se na cidade a cultura do automóvel e surge um novo vetor de desenvolvimento na linha Leste/Norte surgindo o bairro da Rodagem e formatando os bairros Abóboras, Santa e Oséas.
Também graças a uma nova rodovia já com Mário Andreazza, na década de 1960, a Rio/Bahia Norte, abre-se uma nova frente com ramificação para a região do sisal, com uma BA estadual, surgindo os bairros da Vaquejada, CSU, Colina das Mangueiras, Estádio, Rodoviária e URBIS I e II.
Hoje, a cidade tem mais de 20 bairros e não para de crescer sobretudo nessa linha da Rio/Bahia, ainda mais se houver, como está em andamento, a duplicação da pista asfaltada entre Santa Bárbara e Serrinha.
É o que o jornalista Tasso Franco conta para seus leitores, com detalhes, toda a história dos bairros de Serrinha e de alguns monumentos, da cultura local e os bairros e como estão nos dias atuais. (TF)