Dominada até aos dias de hoje pelo extenso complexo de mármore branco da Acrópole, Atenas é uma cidade que se orgulha imenso, e com razão, do seu passado. Durante um período de cerca de três séculos, a polis de Atenas manteve-se, se não numa posição de supremacia incontestada entre as cidades da Hélade, pelo menos entre as suas três mais importantes polis. O seu incipiente Império, embora pequeno para os padrões estabelecidos mais tarde por Alexandre ou pelos romanos, ou mesmo pelos do seu antigo inimigo, a Pérsia, abrangia, no entanto, cidades tão distantes como a Ásia Menor e o Sul de Itália, um facto notável se considerarmos que tal expansão foi conseguida pelos habitantes de uma única cidade e dos seus arredores imediatos, e não por toda uma nação.

Durante grande parte da sua história, a marinha ateniense foi a força mais poderosa do Mediterrâneo, tendo derrotado inúmeras vezes o poderio esmagador da Pérsia em batalhas campais em mar aberto. O próprio exército ateniense, embora subordinado ao seu poder naval - uma homenagem ao facto de terem sido o comércio e a construção de impérios que enriqueceram Atenas -, não era nada de desprezar, uma vez que conseguiu impor uma derrota humilhante aos persas de Dario em Maratona.

No entanto, apesar de uma tradição marcial que, no seu conjunto, não ficava atrás de nenhuma outra, exceto a dos espartanos, Atenas é sobretudo recordada por duas razões: o seu sistema político, que viria a constituir o núcleo de todos os sistemas democráticos de governo do Ocidente, e o número notável de personalidades notáveis que, durante a Idade de Ouro de Atenas, viveram e floresceram na cidade-estado iluminada. Os antigos atenienses formaram a espinha dorsal de toda a cultura ocidental, desde as artes à filosofia e tudo o mais.

A cidade-estado mais singular da Grécia Antiga foi Esparta, que continua a fascinar a sociedade contemporânea. Não se sabe muito bem porque é que Esparta dava tanta importância a uma sociedade militarista, mas o resultado era que a aptidão militar era uma preocupação desde o nascimento. Se um bebé espartano não parecesse fisicamente apto à nascença, era deixado a morrer. As crianças espartanas recebiam treino militar por volta dos 7 anos de idade e todos os homens tinham de se alistar no exército por volta dos 18 anos.

Os espartanos, cuja abordagem cuidadosamente construída à guerra e - não há outra palavra para o descrever - ao modo de vida espartano, conquistaram a admiração relutante de toda a Grécia e conseguiram estabelecer-se, nos anos que se seguiram às reformas do lendário governante Licurgo, como a maior força militar de toda a Hélade. Atenas poderia ter a frota mais poderosa e o maior quadro de filósofos e dramaturgos, a Tessália poderia ter a cavalaria mais vangloriada e as grandes cidades-estado de Argos, Tebas e Corinto tinham todas as suas próprias reivindicações de fama, mas no campo de batalha a falange espartana não tinha rival. Numa das batalhas mais famosas da história, 300 guerreiros espartanos lideraram uma força grega combinada que resistiu às centenas de milhares de guerreiros persas do exército invasor de Xerxes durante três dias nas Termópilas, infligindo-lhes cerca de 20 000 baixas antes de morrerem até ao último homem em vez de baterem em retirada.