Dentre as diversas questões a serem enfrentadas pela crise do ensino jurídico no Brasil, permanece o desafio de articular a teoria com a prática e, ainda, de formar profissionais da área do direito comprometidos com a Justiça Social. Há, nas faculdades, um contexto no qual, fechados em suas "torres de marfim", tanto alunos como professores perpetuam um ensino tradicional e obsoleto, que se mostra incapaz de formar profissionais aptos a lidarem com os conflitos existentes na sociedade.Um espaço que surge para dar lugar ao estudante como protagonista no processo de ensino e aprendizagem são os grupos de estudos, que possibilitam a formação de um pensamento mais crítico e um estudo mais aprofundado. Trata-se, portanto, de importante instrumento de complementação do ensino e de promoção e estímulo à pesquisa. E, nesse exato sentido, é que foi formado o GEDI - Grupo de Estudos em Direito Internacional da Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação do Prof. Roberto Luiz Silva. Alunos, desejosos de se aprofundar mais no estudo de temas e conflitos internacionais, passaram a se reunir, em 2001, para discutir textos, casos, notícias e, enfim, se preparar para uma primeira competição de julgamento simulado (de muitas!) que o grupo participaria. O desenvolvimento dos estudos ao longo dos anos possibilitou que as atividades se especificassem em subgrupos, com distintas linhas de pesquisa: GEDI-DH, subgrupo que estuda os Direitos Humanos, principalmente através da jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos; GEDI-Humanitário, que estuda o Direito Internacional Humanitário e o Direito Penal Internacional, seus princípios, a jurisprudência de tribunais penais internacionais, bem como a incorporação do Direito Humanitário no direito interno por meio da aplicação de princípios pelas forças armadas; GEDICI, subgrupo que estuda o Comércio Internacional, contratos internacionais, arbitragem internacional; CEB-OMC, Centro de Estudos Brasileiros sobre a Organização Mundial do Comércio, que analisa a jurisprudência da OMC, bem como a atuação do Brasil perante a organização; GEDAI, subgrupo que estuda o Direito Ambiental Internacional, seus princípios, relação com direito interno; e GEDI-CIJ, que estuda o Direito Internacional Público por meio da análise da Jurisprudência da Corte Internacional de Justiça.Afinal, o espírito do GEDI nos lembra que a realidade não precisa ter sempre a mesma face e uma formação emancipatória colabora para que a mudança se dê para melhor.