About the Book
INietzsche (1844-1900), o grande filósofo alemão, um dia escreveu-nos: "A arte sem amor não é nada." No amor à arte está esse princípio de transformação das coisas; essa ideia de não aceitar a realidade como ela é e/ou de não aceitar consumi-la e/ou engoli-la goela abaixo irrefletidamente como um consumidor de verdades alheias ditas eternas e imutáveis.Nesse sentido, embora muitos não consigam perceber, a arte, enquanto capacidade de criação, inovação e/ou transformação das coisas, é também um princípio de vitalidade, de renovação e de afirmação da vida, de desenvolvimento da humanização e da autonomia intelectual. Por exemplo, nenhum organismo vivo que se conhece, ao nutrir-se, absorve todos os elementos que lhe são impostos; dentro dele há um processo alquímico-artístico de transformação, ou seja, de separação, transformação e encaminhamento de uma parte à nutrição e outra para o excremento (e esse processo alquímico-artístico, como se sabe, não para por aí).Em outras palavras, o que se quer dizer é que, a arte, enquanto esse processo de criar, transformar, criticar, pensar e/ou dizer diferente, deve ser vista também como um mecanismo de desenvolvimento, além de orgânico, intelectual humano.IIMesmo no campo da teologia, diz a bíblia, por exemplo, que a terra era sem forma e vazia; que Deus (seja lá quem ele for) criou os céus e a terra; que, do pó da terra, formou Deus o homem; e que, da costela de Adão, fez Deus a mulher. Dando-se sequência ainda a esse princípio, diz também a bíblia que, o homem, além do sentido genérico, foi criado, por esse mesmo Deus, à sua imagem e semelhança. Sendo esse Deus o maior dos criadores, o homem, enquanto sua criatura; enquanto criatura a ele semelhante, pode-se afirmar, naturalmente traz também em si uma intrínseca vocação transformadora, artística, criativa e/ou criadora. Ou seja, Arte é vida.IIINas sociedades ocidentais contemporâneas, todavia, os homens estão sendo dizimados, sofrendo genocídios por estarem se tornando escravos das tecnologias de consumo e, na mesma medida, tornando-se também incapazes de fazerem arte, de exercitarem-na. O exercício da arte levaria o homem não somente a ser capaz de lutar contra a sua pobreza e/ou contra a sua exclusão social, nos sentidos micro e macro, mas também impedir que ele se tornasse, tal qual um morto-vivo, um ser acometido por doenças como, por exemplo, a chamada depressão (que se traduz em perda do sentido da existência, angústias, tristeza profunda, náuseas, melancolia, etc.). A arte, como veremos ao longo deste trabalho, mas que aqui vale reiterar, assim como a filosofia, tem o poder de "elevar o homem" (elevar o espírito humano), uma vez que, pensa-se, o conhecimento e a capacidade de criá-lo e/ou de recriar a vida por meio da construção de novos sentidos existenciais não pode, mesmo porque não tem, a priori, como rebaixar ninguém.IVNa unidade I, sendo assim, de maneira epistemologicamente fundamentada, discorreremos sobre a arte e sobre a função social do artista. Na II abordaremos temáticas relativas ao sentido do processo criativo. Na III falaremos sobre a arte (o fazer arte) e as suas intrínsecas relações com a superação da exclusão socioeconômica. Na IV, texto anexo, introduziremos o leitor à filosofia, uma vez que, a arte, embora talvez não saibam muitos, assim como a ética, a epistemologia, os fundamentos do poder político, etc., se traduz também como sendo um dos objetos de estudo da mesma.Esperamos que, esse livro, assim como todas as obras do autor possa, de alguma forma, contribuir à formação de uma geração mais livre, mais equitativa, crítica, ética, respeitosa das diferenças e emancipada intelectualmente.
About the Author: O autor (mais de 100 livros publicados, muitos deles traduzidos para outros idiomas) é natural do Rio de Janeiro, formado pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro/1995-1998), Pós-graduado em educação, Pesquisador, Professor universitário, Especialista em metodologia do ensino superior, Pedagogo, Livre-pensador, Licenciado em Filosofia, Sociologia, Psicologia e Fundamentos da educação, Didática, EJA (educação de Jovens e adultos) e etc. Foi aluno Especial do Mestrado em Educação (1999-2001/PROPED/UERJ), Matriculado, após aprovação em concurso, nas disciplinas [seminários de pesquisa] "ESTATUTO FILOSÓFICO" (ministrado e coordenado pela professora Dra LilIian do Vale); e "POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA" (ministrado e coordenado pelo professor Dr. Pablo Gentili). Além disso, estudou também no curso de MBA em Gestão Empresarial pela FUNCEFET/RJ/Região dos Lagos (2003-2005); no curso de Pós-Graduação em Administração e Planejamento da Educação pela UERJ (1999-2000) e (de 1998 a 2008) atuou como professor de ensino superior (Instituto Superior de Educação da UCAM/universidade Cândido Mendes) nos campos universitários de Niterói, Nova Friburgo, Araruama, Rio de Janeiro, Teresópolis, Rio das Ostras, etc. Em sua trajetória profissional e/ou intelectual acadêmica, participou de diversas pesquisas, como, por exemplo, o projeto UERJ-DEGASE, relativo à (EJA) e também em pesquisas centradas em problemáticas políticas, filosóficas e pedagógicas com professores renomados, como Pablo Gentili (UERJ/CLACSO), Carla Imenes (UERJ), Cristiane silva Albuquerque (UERJ), entre muitos outros. Atualmente dedica-se à docência universitária; às pesquisas em educação; às consultorias relativas à educação, no sentido do aprimoramento, da superação e do desenvolvimento humano; à realização de palestras acadêmicas e multi-organizacionais e à produção de obras nos mais diversos campos do saber.