About the Book
O objetivo do livro é descrever, analisar e contextualizar a felicidade, a finitude humana e a brevidade da vida em Sêneca, teses desenvolvidas de acordo com o paradigma cosmocêntrico. Sêneca foi um filósofo romano, advogado, dramaturgo, conselheiro e escritor (4 a.C. - 65 d.C.). É um dos representantes do estoicismo, uma das correntes filosóficas do mundo grego e romano.
Segundo Sêneca, grande parte das pessoas ocupa o tempo da vida invejando e se corroendo com o destino e as boas ações dos outros. Por isso, sobra pouco tempo para investir e desenvolver seu projeto existencial, porque a vida é breve. Sem objetivos na vida, lançam-se por caminhos e propósitos levianos e infelizes, encontrando e colhendo desgostos, frustrações e tristezas. E o pior - poucas são as pessoas que se dão conta que escolheram uma vida pautada em projetos efêmeros.
Algumas, por não terem construído um rumo na sua existência, são flagradas pelo destino, pelas escolhas irracionais, com as forças físicas e psíquicas esgotadas e sonolentas. Vivem uma vida semelhante a do gado. Onde um vai, os outros vão atrás. Por isso, a maioria das pessoas apenas existe, deixando e esperando o tempo passar. Poucas conseguem viver de forma corajosa, profunda, racional e meditativa, pois pequena é a parte da vida em que realmente se vive.
De acordo com Sêneca, quando o sábio, o filósofo, o velho consegue alcançar essa identificação, fusão e harmonia entre natureza divina, cósmica e humana, almeja a felicidade, a liberdade, a autossuficiência. Por isso, a conquista da felicidade, para o sábio, é árdua, mas é suave e harmoniosa.
O livro se apropria dos tratados de Sêneca, em forma de paráfrases, análises e contextualizações, Cartas a Lucílio (Epistulae ad Lucilium) (CL), Sobre a vida feliz (De vita beata) (VF) e Sobre a brevidade da vida (De brevitate vitae) (BV) e está organizado em oito capítulos.
No primeiro, intitulado Origem do estoicismo, são descritos as teses norteadoras da corrente filosófica iniciada por Zenão de Cítio, o fundador da escola, seguidas e ampliadas por Sêneca. No segundo, Natureza do cosmos e o homem e suas influências em Sêneca, analisaremos a imbricação ontológica entre o cosmos e o homem e como essa relação simétrica está subjacente no sistema ético. Depois, no terceiro, O sábio e a velhice, detalharemos a relação ética de semelhança entre o sábio e a velhice e a necessidade de, nessa fase da vida, o sábio afastar-se da multidão e dedicar-se ao ócio. No quarto, em Caminhos fundamentais para o sábio ser feliz, aprofundaremos a necessidade do sábio se dedicar ao estudo, a reflexão e a meditação filosófica. No quinto capítulo, O envelhecimento humano do sábio e o processo da morte e do morrer, daremos ênfase aos meios necessários para enfrentar, com tranquilidade, a iminência da morte. No sexto, Finitude humana, abordaremos a atitude de Sêneca de procurar desfrutar ao máximo a vida com prazer e satisfação. Depois, no sétimo, A brevidade da vida, tese central do livro, analisaremos os fundamentos filosóficos de viver bem, isto é, a capacidade de aceitar a morte com galhardia. Por último, em O tempo da brevidade da vida, elencamos os detalhes da brevidade da vida.