Deus existe! Se você é criança ou se você já foi uma, como este autor também já foi, provavelmente, sente ou já sentiu, a presença de qualquer coisa muito fundo na alma, mas que não é propriamente a alma, algo suave e confortante, algo protetor, puro, constante, intenso e, mesmo assim, inalcançável pelo tato, embora visível, no coração, como a claridade terna e quente do fim de um belo dia de verão.

Antes do verão, vem a primavera e é na primavera da vida que, provavelmente, temos mais forte este sentimento doce e saudoso. As seguintes estações da vida podem, no entanto, colocar à prova este sentimento e deprimir ou obliterar a experiência daquele fundamento de uma vida tranquila, despreocupada e que confia, sem saber como ou porquê, numa Providência Benfazeja que se deixa sentir e entrever no berço de inocência onde a infância da alma é ninada.

As estações se sucedem e os acontecimentos da vida podem cair como intempéries sobre as nossas certezas infantis, sejam elas verdadeiras, factuais ou não. A crença na existência de Deus, um Deus Pessoal, Salvador, Conosco e, ainda assim, Todo-Poderoso e Infinito é uma destas certezas inatas que mais sofrem os ataques das intempéries da cultura e do mundo em que vivemos.

Estes ataques, hoje em dia, são bastante dirigidos aos jovens até o início da fase adulta, fase em que somos fortes fisicamente e naturalmente propensos à rebeldia contra o velho e à aderência ao novo. E, isto tudo acontece dentro de um círculo de possibilidades que são selecionadas ou dirigidas por uma inteligência que frequentemente só será madura e robusta o suficiente, para entender o que fez (ou deixou de fazer) e lidar com as consequências de vida inteira, em fases posteriores da vida.

A experiência de vida deste autor foi um pouco assim, em que o núcleo de certezas espirituais recebidas em casa, durante os primeiros anos de vida, foi vilmente atacado e praticamente destruído em ambientes de ensino superior cuja fachada sugeria e ainda sugere o cultivo e a proteção máxima do conhecimento de Deus, mas também por uma enxurrada de promessas mundanas de conhecimentos superiores e de estilos de vida sofisticados que, no entanto, mostraram-se plenamente insatisfatórios na experiência ou, pior, insensatos, proibitivos, inalcançáveis ou impossíveis de se experimentar.

As experiências de vida de uma geração deveriam servir à maior felicidade das gerações futuras, seja pela indicação direta do que fazer, seja pela do que evitar. Este livro vem ao mundo neste espírito. Se ele puder dar algum subsídio a um só intelecto juvenil que fortaleça, de algum modo, a sua confiança em Nosso Senhor nos caminhos duvidosos ou perigosos, nos solos movediços da jornada de vida do futuro adulto, ele já terá cumprido o seu papel no mundo. Esteios intelectuais não são os únicos que uma alma leva em conta quando decide-se por Deus. Mas, eles têm um papel importante naquilo que toca à razão atuar divinamente dirigida para o Alto. Os livros desta série, têm o objetivo de apresentar, em linguagem acessível a crianças e jovens já minimamente inclinados ao assunto, algo do que santos, filósofos, cientistas ou pensadores, ao longo da História, deixaram registrado sobre a sua busca pela existência do Autor de tudo. Boa leitura!