O objetivo deste livro é analisar de maneira criteriosa as principais obras na seara econômica que serviram de espinha dorsal para dar sustentação à Economia como a única Ciência Social existente, a partir da qual teve origem os demais campos de investigação das ciências humanas. Ultimamente a Ciência Econômica tem sido acometida de uma série de impropérios tais como a miséria, a fome, as guerras que assolam a humanidade, obrigando-nos a revisitar os princípios que deveriam nortear os fundamentos dessa ciência enquanto base de estudo da geração do bem-estar do indivíduo enquanto ser civilizado. Como novidade neste trabalho foi introduzida como vertedouro das premissas econômicas, a obra "A República" de Platão e sua abordagem dialética adotada pelo mesmo durante a contextualização dos temas econômicos trabalhados pelo mesmo nesse seu estudo. Esse procedimento foi realizado por esse autor para explicar todo o processo da criação do Estado ideal, tendo a Economia como fator subjacente. Como praticamente todas as premissas adotadas por Smith em A Riqueza das Nações foram trabalhadas pioneiramente por Platão, achou-se por bem eleger a dialética como método ideal alternativo para poder se desvencilhar de todos os reveses e entraves analíticos existentes na análise econômica pura, do tipo, ad oc, quiproquós enfatizados por Marx, em "O Capital". Assim, cria-se nesta obra uma revolução analítica na maneira de se estudar a Economia como Ciência Social Pura e Aplicada livre de quaisquer tipos de percalços que venham a inviabilizar sua análise. Consubstanciado pela dialética, Platão enfocava que a grande causa da divisão das cidades-estado gregas era o prevalecimento da ignorância que imperava nesse meio. Para eliminar essa anomalia social, Platão defendia a tese de que só a educação e a cultura seriam capazes de promover a revolução social nessas cidades-estado. Para tal esse autor se utilizou do ensino das virtudes que deveriam imperar no seu Estado Ideal e que ele resumiu como sendo: a coragem, a justiça, a temperança e a sabedoria. Por meio da abordagem dialética, Platão se ateve a explicar como o Estado Ideal deveria atingir o estágio civilizado utilizando-se dos métodos pedagógicos a serem aplicados em cada fase da evolução educacional e cultural da sociedade grega. No contexto dialético e pedagógico, o gênero literário adotado foi o narrativo, escrito na forma de prosa expressada como novela. Para isso, Platão criou seis personagens (Sócrates, Glauco, Polemarco, Trasímaco, Adimanto e Céfalo), escolhendo um para transmitir suas ideias e os demais para refutá-las e colocá-las no crivo. O protagonista de suas ideias foi Sócrates. Os demais personagens seriam seus antagonistas, no caso: Glauco, Polemarco, Trasímaco, Adimanto e Céfalo. O objetivo de Platão com essa estratégia, foi estabelecer uma base de debates entre seus personagens separando o que ele considerava como a essência dos fundamentos filosóficos científicos em relação ao senso comum, que prevalecia até então, sobre os principais conceitos sociais que determinavam o modo de vida da Grécia Antiga. A sua estratégia com essas ações era depurar tais conceitos visando reformular a visão adquirida que existia até então, que Platão considerava como ultrapassada e cheia de vícios de todo tipo e trocá-las por preceitos mais avançados, racionais e justos, que passariam a orquestrar a vida em comum dos gregos representada pelo sistema de governo controlado diretamente por um Estado forte soberano visando eliminar injustiças. A ideia era construir uma base social, que pudesse garantir a estabilidade e a evolução de uma sociedade, saudável, extremamente educada e culta e por isso, sábia e civilizada. Isso porque, na concepção de Platão, só se constrói uma sociedade saudável, forte, livre e civilizada se o Estado for forte, livre e soberano. Assim esta investigação se aplica a